quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Dying Silence: trazendo crítica social ao hardcore e death/thrash de Campinas



Localização: Campinas, SP

Luciano Moraes (vocal) 
Rafael Gallo (guitarra) 
Estevan Furlan (bateria) 
Pedro Fleury (baixo)

Gênero: Hardcore e Death /Thrash Metal

A entrevista desta semana foi com os incríveis da Dying Silence. Confiram!
PS: Erramos ao dizer que a faixa 'Minha Alma' pertencia ao EP 'Origins', pedimos desculpas pelo erro.

1. Olá, Dying Silence! Muito obrigada pela entrevista, em nome do blog Oroborus! Primeiro, gostaria de saber a história por trás do nome Dying Silence e por que escolheram deixá-lo em inglês?

Rafael - O nome “Dying Silence” veio inspirado em uma música da banda alemã “Heaven Shall Burn”, esse nome faz um grande sentido para nós pois o que a grande maioria das pessoas faz é agonizar em silencio. Optamos por deixar o nome em inglês porque além de soar melhor nesse contexto, abrange o público de forma Global.
                 

2. O logo da banda é bem estruturado, de certa forma “industrial” ao combinar com uma proposta de som mais voltada para o hardcore. Como foi desenhar e consagrá-lo como a marca da Dying Silence?
Rafael - O logo da banda foi desenvolvido pelo artista americano Justin Bryant do 1126 Art Studio, ele é um ótimo artista que já trabalhou desenvolvendo arte para bandas como: 36 Crazyfists, Upon A Burning Body, Circa Survive, All That Remains, Darkest Hour.
Estávamos à procura de alguém que captasse a ideia do nosso som e conseguisse transmitir no logo, e o Justin foi nossa melhor opção.

Luciano – Quando foi pra fazer o logo da banda procuramos fazer algo um pouco mais “futurista” assim não ficamos presos a estilo ou rótulo quando as pessoas baterem o olho no logo além de ficar atemporal.



3. A banda tem o início de formação datando de 2010. Como foi agregar pessoas para compor a Dying Silence? Quais influências cada um de vocês trouxe/traz para a banda?

Rafael - Na verdade até hoje não sabemos ao certo como os membros atuais e os membros que já passaram pela Dying Silence conseguiram se juntar *risos
No final de 2009 conheci o Luciano numa rede social, e por acaso, ele estava morando em Campinas-SP.
Desde 2010 muitos membros foram trocados, os únicos originais que estão até hoje sou eu e o Luciano. 
Em 2012 o Estevan Furlan começou trabalhar conosco produzindo nossas músicas, o que resultou no trabalho dobrado, o que era pra ser um trabalho somente de produtor, acabou virando baterista também por livre espontânea pressão *risos
No meio de 2013, estávamos sem baixista, quando um conhecido nosso nos indicou o Pedro pra cobrir um show que estava pra acontecer em duas semanas. Em 3 dias ele tirou todos os sons e tocou no show como se já fizesse parte da banda a muito tempo. Daí pra frente, fixamos essa formação.
Nossas influências vêm diretamente do Thrash, Death e Hardcore. Todos aqui temos inconscientemente o “Sepultura” cravado em nossas veias, é automático, mas em relação a cada membro funciona mais ou menos da seguinte forma: o Luciano é influenciado pelo New Metal; eu puxo a linha “core” do som, altamente influenciado pelo New York Hardcore; o Estevan é o responsável pela dose de death metal que tem nas composições. O Pedro, por fazer faculdade de Música, tem influências das mais diversas, desde Death Metal até Música Erudita. 
Nosso próximo álbum virá destruidor!



4. Segundo o Encyclopaedia Metallum, as temáticas das letras da Dying Silence são crítica social, política e injustiça. Como são os processos de unir tais temas ao som de vocês?

Rafael - É simples, é só olhar o mundo ao seu redor, no seu bairro, na sua cidade, no seu país, no planeta. Nossa ideia com certeza não é fazer algo superficial que esconda a realidade ou falar de algo utópico.

Estevan - Reforçando o que o Rafael disse. Não precisamos ser bons entendedores de leis ou política. É só a gente parar pra olhar um pouco pro mundo que a gente está vivendo. A coisa tá feia, as pessoas precisam acordar.

Luciano – O mundo está repleto de injustiça, não digo apenas sobre a parte política, mas também com as pessoas que nos cercam, às vezes passam algumas pessoas em nossa vida que acreditamos ser uma coisa e quando a máscara cai, como não é legal sair no braço....fazemos música *risos. (Ouçam a Bloody Lies)




5. O primeiro trabalho da Dying Silence foi o EP ‘I’ll Be Waiting For’, lançado em 2012. Como foi produzi-lo?
Rafael - Na verdade houve 2 demos antes desse EP. Estávamos em estúdio criando mais alguns sons complementares que somariam as duas demos anteriores para gravar um Full Length logo de cara, porém com entrada e saída de vários membros esse plano não foi concretizado, e logo nessa época o Estevan estava começado a trabalhar conosco e sugeriu fazer um EP. Nesse período de 2011 e 2012 ainda contávamos com um segundo guitarrista, por isso o EP “I’ll Be Wainting For” soa diferente das nossas demos e do EP “Origins”.  

Luciano – Assim como no “Origins”, o EP “I’ll Be Waiting For” tem o dedo de cada integrante da época na banda. Por isso soa bem diferente do que é hoje em dia. Felizmente assim como o “Origins”, o “IBWF” teve uma aceitação muito boa de todas as pessoas que ouviram e vieram a acompanhar a banda.



6. Segundo pesquisamos no site da Dying Silence, o EP ‘I'll Be Waiting For'’foi divulgado em diversas mídias brasileiras e estrangeiras e alcançou maior popularidade no México. Como esse feedback positivo foi/é encarado por vocês?
Rafael - Sim, a repercussão no exterior foi grande comparado ao Brasil. Nessa época com o lançamento do EP, o público Mexicano surgiu em peso dando feedback, compartilhando e até pedindo para irmos ao México fazer shows. 
Na Inglaterra também tivemos uma crescente de público, nossos amigos da banda “The Hotel Ambush” gostaram do EP e divulgaram nosso som por lá, o que resultou na participação em coletâneas de Metal/Hardcore e colunas em páginas de algumas revistas no underground. 



7. Vocês são de Campinas, certo? Como consideram a cena do metal underground na cidade e na região?
Rafael - Cada um é de um canto: o Luciano é de Itu; Estevan é de São Paulo Capital; o Pedro veio de Goiânia.
Mas estamos todos aqui em Campinas e fazemos tudo por aqui atualmente.
A cena da região está estável, mas nada comparado a São Paulo Capital por exemplo. Já houve épocas melhores em Campinas, havia mais locais para realizar eventos e promotores um pouco mais responsáveis. Mas ainda há aquele público que busca por algo novo. Principalmente o público mais novo, esses são os que mais chegam junto nos eventos. Dá gosto de ver!


8. ‘Origins’, EP lançado em 2014, no qual destaco as faixas bem trabalhadas ‘Minha Alma’ e ‘Bound By Hatred’, seja em questões de instrumental muito bem construído ou vocal encaixado perfeitamente, foi o segundo trabalho da banda. Como foi gravar e produzir ‘Origins’?
Rafael - A faixa “Minha Alma” não faz parte do EP “Origins”, porém para nós é a música mais icônica até agora, pois foi a primeira música que fizemos na Dying Silence, ela existe desde a primeira Demo e ao vivo costuma ser a favorita do público, esse é o som que quando começa todo mundo se bate na roda, pula, agita, fica louco *risos
A “Bound By Hatred” surgiu naturalmente, apesar de ser a primeira faixa do EP, foi a última a ser criada e a última a ser produzida no estúdio. Gravar o EP “Origins” foi totalmente diferente do “I’ll Be Waiting For”, estávamos com a formação consolidada, com músicas que realmente soam como é a Dying Silence em seu estado original. Gravamos no André Diniz Studio em Indaiatuba-SP (atualmente Elite Studio), sempre trabalhamos nesse estúdio desde o começo nos primeiros ensaios, já estávamos acostumados a frequentar o local, o que propiciou uma naturalidade ao gravar e produzir o EP.

Luciano - O nome “Origins” vem diretamente da vontade de fazer esse EP voltado às origens da banda e mostrar como é pra ser desde o começo, seco e pesado!



9. Como descreveriam o som da Dying Silence a alguém que ainda não os tenha ouvido?
Todos - PESADO!
Da esquerda para a direita: Pedro Fleury, Luciano Moraes, Rafael Gallo, Estevan Furlan



10. Em 2014, a Dying Silence lança o vídeo clipe para a faixa ‘Sem Conserto’, música cantada totalmente em português. Por que essa preocupação em ganhar também os brasileiros para o trabalho da banda? Continuarão a apresentar letras em inglês também?

Estevan - Na verdade ela não é totalmente cantada em português *risos. Quando criamos a "Sem Conserto" estávamos passando pelo período da Copa aqui no Brasil. Tínhamos lançado o EP fazia só alguns meses, não tinha a necessidade de lançar um single. Mas estávamos tão putos com a situação do nosso país, e sentindo a vontade de botar pra fora o que a gente tava sentindo. Acreditamos que em português a mensagem foi bem mais na cara de quem precisava ouvir. 
A "Sem Conserto" foi um verdadeiro vômito. 
No momento estamos em fase de produção de novas músicas, e pretendemos continuar a fazer músicas tanto em português como inglês. 

Pedro – Também foi o nosso primeiro som com influências brazucas. No caso, os elementos de música brasileira que estão nesse som só tornaram a nossa mensagem ainda mais brutal.



11. Como está a agenda de shows da Dying Silence? E para um futuro próximo, o que planejam?
Rafael - Nos anos de 2014 e 2015 fizemos muitos shows apresentando o “Origins”. Agora, no começo de 2016, vamos entrar em estúdio para a gravação do novo Álbum.

Estevan - Fizemos bons shows desde o lançamento do EP "Origins". Acredito que agora estamos bem mais maduros, musicalmente falando. Estamos extremamente focados na composição e produção desse novo album que vamos gravar. 
A gravação será no estúdio RG, com o produtor Guilherme Maloso.

Luciano – Estamos fazendo ótimos shows, esperamos fazer logo uma tour com  o nosso novo álbum que está para ser lançado.

O EP 'Origins' e sua arte de capa sensacional



12. Para terminar nossa conversa, gostaria de agradecê-los novamente pela oportunidade de entrevista e desejar tudo de bom a cada um de vocês e à Dying Silence. O espaço final é com vocês!
Luciano – Gostaria de agradecer o espaço para que a gente possa divulgar nosso trabalho que fazemos com muito carinho e fúria em nossos corações, agradecer a todos os que nos acompanham e compram nossos bagulhos e queria pedir pra que todos ficassem ligados em nosso site e na página no face, que em breve vem muitas novidades.

Pedro - Gostaríamos de agradecer a todo mundo que tem ido nos nossos shows, comprado nosso CD e nossas camisetas, e curtido nossa página no Face. Grande abraço!

Estevan - Valeu galera do blog OROBORUS pela entrevista e por continuar apoiando as bandas de rock/metal.

Rafael – Baixe nosso material, é grátis! E apoie sua cena local!


Postado por Caterine Souza

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